Preconceito, como o próprio nome diz, significa ter um pré conceito de algo que não se conhece.
Existe todo tipo de preconceito... Tudo que é diferente gera preconceito.
No caso da AIJ e diversas doenças articulares, o preconceito acontece por falta de informação.
Muitas vezes, o preconceito, surge primeiro no paciente de AIJ ou qualquer outra doença... Ao entrarmos em contato com nossa nova realidade, necessidade de adaptações, a convivência com a dor, dificuldades de movimentos e outros sintomas, a tendência é querer se isolar, se afastar das pessoas.
Essa necessidade de isolamento acontece porque nos sentimos diferentes, achamos sempre que estamos sendo um peso para quem está ao nosso lado, devido nossas dificuldades. Mas não é bem assim, primeiramente temos que nos aceitar e nos conhecer, conhecer nossas limitações e a partir daí saber o que podemos fazer ou não.
Não ter vergonha de sentir dor e de pedir ajuda é importante, confiar nas pessoas (médicos, familiares) e lutar contra o próprio preconceito é primordial.
É verdade que é muito frustrante não poder tudo que outras pessoas fazem, mas é preciso saber lidar com isso e perceber que há pessoas em situações piores que essa!
Depois que aprender a lidar com a nova condição, é ir à luta e enfrentar, não ter vergonha de si mesmo, afinal ninguém é artrítico porque quer!
Em casa, quando sentirmos aquela irritação peculiar de quem vive 24 horas com dor, devemos falar e jogar limpo com nossos familiares, orientando-os quanto à melhor forma de nos ajudarem.
Outra coisa que já vi muito foi pessoas artríticas não usarem apoios (bengalas, andadores, muletas) por pura vergonha e aquele preconceito de que bengala é coisa pra velho! Vê se pode uma pessoa preferir sentir dor ou andar com muita dificuldade, só para não usar bengala.
Confesso que, quando fiz o segundo quadril, o médico me mandou usar bengala e eu tive vergonha e não usei, mas também, não sentia dor, no entanto, quando tive crise no joelho direito, ou eu usava bengala ou ficava totalmente dependente de outras pessoas. Então, enfrentei meu próprio preconceito e comecei a usar o bendito apoio!
Hoje, depois da artroplastia de joelho (substituição da articulação do joelho) eu não preciso mais dela, mas posso voltar a precisar e faço qualquer coisa para viver com independência.
Quanto ao preconceito dos outros, o primeiro passo é controlar o próprio preconceito, e depois saber lidar com o dos outros, fazendo o que eu já citei acima, buscando informações e repassando essas informações às pessoas à nossa volta, pois essas que expressam algum tipo de preconceito com relação às doenças reumáticas, talvez nunca tiveram necessidade de lidar com essa situação, por isso é necessário dar-lhes informações e ter paciência e compreensão com elas.
Não esquecer nunca que se aceitar, se amar, com ou sem dor, com ou sem deformidades e se adaptar à nova condição é o primeiro passo para que os outros nos aceitem e compreendam nossas limitações físicas e principalmente, não nos tratem como incapazes!
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