Oi pessoal!
Hoje vou abordar um tema que está presente na vida de todo artrítico e seus familiares, que é a questão psicológica nos pacientes com AR, AIJ.
Já fui procurada por pessoas falando da dificuldade, do preconceito e dos momentos de depressão que enfrentam na sua vida social. Pensando nisso, fiz algumas perguntas a Psicóloga Dr.ª Juliana Molina, assim como as outras profissionais que entrevistei, faz parte da ONG ACREDITE. Ela trabalha com crianças com AIJ e atende também adultos.
Embora as questões estejam direcionadas à criança com AIJ, acredito que também possa ajudar a nós adultos com doenças reumáticas, basta converter as respostas para nossa realidade!
Espero que essas questões ajudem a esclarecer algumas dúvidas e também encoraje aqueles que sentem dificuldade em aceitar a doença e principalmente em se aceitar!
Beijos e boa leitura!
1. Todos nós que sofremos com artrite, seja AIJ ou AR, ou temos filhos ou familiares com artrite sabemos o que fazer quando a dor nas articulações aparece: tomar remédios, ficar quietinhos num canto. Mas o que fazer quando surge uma dor maior do que a dor física, uma dor que não sabemos como curar?
O que fazer quando essa dor na alma chamada tristeza aparece e não quer ir embora?
R: Pessoas com problemas reumatológicos apresentam maior incidência de psicopatologias como à depressão e ansiedade. Isto ocorre pelo fato destas doenças apresentam forte relação com a autoimagem e estarem associadas a um fenômeno conhecido como onipresença da doença. Isto é, o indivíduo se vê preso á uma sintomatologia crônica sobre a qual nem sempre consegue um controle satisfatório, gerando uma sensação de descontrole em relação ao seu próprio corpo. Como conseqüência, delega o cuidado dele (corpo) a entidades mais poderosas como no caso do médico, fisioterapeutas dentre outros profissionais das áreas afins. Este comportamento por si só gera uma sensação de impotência e intenso sofrimento psíquico. Os sentimentos de baixa auto-estima, descontentamento, angústia e tristeza surgem como sintoma psíquico devido a culpa, a não aceitação do quadro patológico, entre outros.
Desta forma, aqueles que adquirem uma postura ativa em relação a essas doenças demonstram uma melhor convivência com elas na medida em que as enfrentam e tentam viver a vida da melhor maneira possível apesar de suas limitações. Já os de posicionamento passivo possuem no geral uma relação conturbada com sua doença, pois costumam usá-la como uma justificativa para sua dependência e incapacidade não a combatendo acarretando, assim, em prejuízos para a sua própria saúde.
Em ambos os casos é necessária a busca por acompanhamento psicológico especializado, a fim de identificar quais os padrões emocionais/cognitivos disfuncionais no paciente, visando proporcionar a construção de novos padrões, através do uso de seus recursos internos.
2. Como perceber que a criança com AIJ não está bem emocionalmente?
R: Os pais devem estar atentos a modificações de comportamento na criança, especialmente devido à presença de dor e limitação da capacidade física. Estas alterações podem se manifestar através de tristeza, raiva, abatimento e agressividade em intensidades variáveis. Diminuição do interesse por atividades cotidianas antes prazerosas, como brincar, assistir TV, convivência com amigos, devem ser observados com atenção e uma vez que identificados numa freqüência/intensidade muito diferenciada dos padrões anteriores, é recomendável a comunicação ao médico da criança, a fim de sejam feitos os encaminhamentos necessários.
3. Como evitar ou ajudar os pequenos artríticos a sair de uma tristeza ou depressão?
R: A Artrite Idiopática Juvenil tem um impacto importante em várias dimensões da vida da criança e dos familiares: aspectos físicos, educacionais, sociais, emocionais e econômicos podem apresentar prejuízos. Desta forma, é fundamental a troca de informações entre o paciente, ainda que criança, seus familiares, o reumatologista pediátrico e os demais profissionais da saúde relacionados ao tratamento, como fisioterapeuta e psicólogo, de forma a minimizar estes impactos. No caso de alterações comportamentais, faz se necessário uma avaliação criteriosa do quadro emocional do paciente visando a distinção entre um estado de tristeza, passível de ser vivido por qualquer pessoa, sem grandes implicações, de quadros depressivos que requerem um acompanhamento diferenciado, por psicólogos e psiquiatras
Em alguns casos, pode ser observado sentimentos de culpa e auto-proteção, por parte dos familiares, que passam a satisfazerem todas as vontades dos pacientes, criando assim um “ganho secundário”. Este processo dificulta o retorno da criança com AIJ a “vida normal”.
As crianças com artrite devem ser estimuladas a retornar o mais rápido possível a sua vida social, escolar e familiar, favorecendo o retorno com laços afetivos e atividades prazerosas. No âmbito escolar, o professor deve ser orientado sobre a doença de modo a avaliar e respeitar as necessidades pessoais. Uma vez que a incapacidade física apresente melhora lenta, é importante que atividades intelectuais e artísticas sejam estimuladas e valorizadas a fim de proporcionar ganhos de auto-estima.
4. E os pais, que descobrem a doença em seus filhos e se desesperam, como evitar a revolta, a tristeza e o desespero?
R: O papel da família é fundamental para a melhor evolução da criança. O apoio e o amor dos pais são o suporte necessário para que se sinta segura e capaz de superar a doença e as limitações impostas por ela.
Receber um diagnóstico de uma doença crônica mobiliza muitas questões internas ainda mais em se tratando de pacientes crianças, sobre os quais existem tantos planos, expectativas e fantasias de perfeição por parte dos pais. Por esta razão, é preciso em primeiro lugar, tomar conhecimento sobre a patologia, seus comprometimentos, tratamento e, principalmente sobre as possibilidades de futuro para estas crianças. É preciso, a partir de então, principalmente focar atenção não somente nos prejuízos, mas também nas funções, capacidades que se encontram preservadas e trabalha-lhas.
Contudo, seu excesso possa assumir um caráter negativo quando se torna mais quantitativo do que qualitativo, em decorrência a confusão entre amor, culpa e superproteção.
Desta forma, informar-se sobre a doença, buscar uma excelência na qualidade de vida em geral, confiar no tratamento proposto pelo profissional de saúde e desenvolver a autonomia são os caminhos mais viáveis para todos aqueles que buscam conviver bem com essas patologias, tanto pacientes como familiares.
Desta forma, informar-se sobre a doença, buscar uma excelência na qualidade de vida em geral, confiar no tratamento proposto pelo profissional de saúde e desenvolver a autonomia são os caminhos mais viáveis para todos aqueles que buscam conviver bem com essas patologias, tanto pacientes como familiares.
Quero dizer pra vocês, uma última frase, que vi num comercial feito por um paraplégico e achei muito incentivadora:
"Quando a sua vida muda, seus sonhos não precisam mudar!"
bjs e boa semana!
9 comentários:
MALU PARABENS NOVAMENTE FICOU OTIMO AMEI A FRASE DO FINAL , PENSO ASSIM E LUTO PELOS MEUS SONHOS DESISTIR JAMAIS,MESMO COM DORES E EFEITOS COLATERAIS ACHO Q AINDA ESTOU DE PE PQ SOU UMA SONHADORA .
Ai Vê, linda!
Vc sempre lendo o que eu escrevo neh? rrsrs
Que bom...mesmo que o que eu escrevo seja lido apenas por vc, já fico satisfeita!
Continue assim amiga, lutando pelos seus sonhos, pois, são os sonhos e projetos que nos mantém vivos e felizes!
E obrigada sempre!
bjinhos
Oi Maleu!!! A meteria ficou mto boa!!! e vc como tah???
bjão
OI Carlinha, estou me recuperando super bem da cirurgia. graças a Deus!
Obrigada pela visita!
Mais uma vez... Parabéns!
Obrigada Ro querida! Bjs
oi malu como vc está?
cleuma
Oi Cleuminha, eu estou super bem e recuperada, mas ainda tah muito recente a cirurgia, só 40 dias!
Mas daki a pouco estarei motorizada, aí, ninguem me segura!
bjs
que bom fico feliz em saber que vc está bem.cleuma
Postar um comentário