Outro dia me perguntam como faço minhas coisas, como sou tão independente tendo tantas limitações.
Acredito que na vida, só não existe jeito pra morte. Já vi vídeos de pessoas que não tem os dois braços e fazem de tudo.
Conviver com as limitações da AR não é coisa fácil e quem tem sabe disso.
É um local com escadas aqui, uma guia mais alta ali, isso sem contar as dificuldades que encontramos em nossa própria casa.
Em casas ou sobrados com escadas altas e sem apoios, a primeira coisa é refazer os degraus, tornando-os um pouco mais baixos e depois colocar corrimão dos dois lados. O corrimão dá apoio.
Outro vilão dos artríticos é o banheiro. O vaso sanitário padrão é muito baixo para nós, ocasionando esforços e dores ao sentar e levantar. Sem contar o piso escorregadio que pode resultar em acidentes. Nesse caso, existem assentos sanitários de 7,5 cm e 15cm, que podem ser colocados no vaso, tornando-o numa altura ideal para poder sentar e levantar sem esforços. As barras de apoio também são importantes, principalmente no local do banho, além do piso que deve ser antiderrapante que evita escorregões.
Sabonetes em barra, pelo menos pra mim, é o pior. Isso porque vive caindo e eu não consigo pegar. Então eu encontrei duas opções: ou colocar o sabonete numa meia fina e amarrá-lo na torneira do chuveiro ( o que achei que ficava feio) ou usar sabonete líquido (é o que eu faço). Dessa forma, se o frasco cair no chão, dá pra dar um jeitinho e pegá-lo. Eu costumo usar o rodo como auxiliar!rsrs
Mas e quando pelas limitações não conseguimos alcançar todas as partes do nosso corpo como, por exemplo, pernas e pés? (é o meu caso). Bem, nessa situação pode ser usado aqueles escovões de cabo longo.
No restante da casa, como cozinha, quarto e sala, o ideal é que os objetos de mais uso, fiquem em locais fáceis para a pessoa com dificuldade. No meu caso, as coisas da cozinha, não ficam em locais propícios pra mim, porque quem cuida é minha mãe, mas no meu quarto, deixo tudo assim: nem muito alto, porque não consigo levantar muito os braços e nem muito baixo, porque não consigo me abaixar.
Dessa forma, consigo ter acesso a tudo que preciso dentro da minha casa.
A dificuldade maior é fora. Quando saio pra fazer compras, no mercado, aquelas prateleiras com o produto que eu quero ora lá no alto, ora muito baixo... Lojas com roupas lindas e com ofertas maravilhosas, mas quando penso em entrar: degraus super altos e sem qualquer tipo de apoio. Rampas? Nem pensar, praticamente nenhuma loja tem.
As vezes até em setores públicos, o deficiente ou aquele com necessidades especiais ou mobilidade reduzida não conseguem ter acesso.
Nessa oras, fico muito revoltada, porque apesar da Lei da Acessibilidade já existir, infelizmente as prefeituras das cidades nem pensam nisso. Para a maioria das autoridades, colocar meia dúzia de ônibus com acesso especial e rebaixar algumas guias nas ruas é o bastante! Eles esquecem que somos contribuintes como todos os outros “normais”.
As pessoas, donos de lojas, de redes de supermercados e outros estabelecimentos não lembram que os portadores de necessidades especiais, também fazem compras e se sentem muito frustrados quando não conseguem por falta de acesso.
Nós, que temos necessidades especiais, somos contribuintes e consumidores como qualquer outro e quando será que as autoridades vão fazer valer de verdade a Lei de Acessibilidade e modificar projetos arquitetônicos e quando os donos de lojas e supermercados vão perceber que eles também perdem com isso?
Retomando o título da postagem eu digo que sim, dá pra conviver com as limitações da AR, adaptando nosso dia-a-dia, nossas atividades diárias, um jeitinho aqui, outro ali, mas a única coisa que não está dando é assistir a essa falta de sensibilidade de muitos quanto as nossas dificuldades e limitações!
Por isso, a solução que vislumbrei, foi procurar alguma associação na minha cidade que se interesse por essa causa, me juntar a ela e começar a cobrar soluções.
Essa semana fica aí pra vocês nessa postagem as idéias de acessibilidade dentro de casa, a minha revolta pelo descaso de algumas pessoas e uma possível solução!
Ah, ia esquecendo, em todas as casas de materiais de construção pode ser encontrado o piso antiderrapante que é um pouco mais caro, mas vale a pena. As barras de apoio podem ser encontradas em lojas de produtos hospitalares. O assento sanitário elevado, eu encontrei na rimed uma loja de produtos para saúde, também disponivel para compras na internet (http://www.rimed.com.br/). Nesse site também pode ser encontrada as barras de apoio.
Eh isso gente!
bjinhos
8 comentários:
minhas experiencias são poucas pois quase nao faço nada tenho uma cestinha no banheiro pra colocar meu sabonete ,minha mãe cuida dos meus pés pois não consigo.não me abaixo não me sento em cadeira baixa, não ando quase a pés, emfim não faço uma série de coisa.malu pra mim tem uma coisa que eu tenho duvida é quanto a vida sexual do artritico eu acho que a minha mudou muito de antes pra depois da AR.
Oi amiga,
Estou sentindo vc meio triste.
Quando iniciei minha vida sexual eu já tinha artrite,então, a única coisa que eu tinha que fazer era deixar claro ao meu parceiro, as minhas dificuldades. E aos poucos íamos nos descobrindo melhores formas de conduzir essa parte!
Mas como no seu caso, as coisas são meio novas, tem que haver muita compreensão do seu parceiro.
Quanto a sua dúvida, as coisas mudam sim,e tudo começa com as limitações. Com elas, lgumas posições não são legais porque provocam dor, mas é possivel se adaptar e procurar algo que seja bom para os dois. Mas para isso é preciso que seu parceiro te entenda!
Eu sugiro que você e seu parceiro conversem. As vezes pensamos que nossos parceiros tem que adivinhar se sentimos dores ou não...se não falarmos o que nos incomoda eles não podem adivinhar
É tudo novo, tanto pra vc, quanto pra ele, por isso, não tenha vergonha amiga, converse com ele pra vcs chegarem a um concenso. No entanto amiga, a compreensão às suas limitações por ele, tem que ocorrer primeiro no dia-a-dia nas atividades diárias e depois no contexto da sexualidade, pois apesar do sexo representar muito no casamento, a compreensão, aceitação e cumplicidade compõe o restante!
beijos e tenta se animar!
vale! como vc sabia que era eu não coloquei meu nome.ah mais uma duvida,eu achei uma diferença foi na minha mente pois as vezes olho para uma coisa quero falar sobre aquilo e acabo falando tudo o contrario isso começou a acontecer depois da medicação para a AR. cleuma
Oi
Eu imaginei que fosse vc pq já conheço mais ou menos seu jeitinho de escrever!rsrs
Olha amiga, com relação a essa parte de cabeça, não tenho experiencia, pois nunca me aconteceu...te aconselho a relatar o caso pro seu médico e ele poderá saber se é por causa da medicação e te encaminhar a um profissional que te ajude nisso!
Fico feliz em te ajudar!
bjs
Ola ..primeiro agradeço pelo apoio no meu blog! e logico que passei pra ler suaspostagens...estão otimas ...são dicas muito boas mesmo essa de adaptações!
Eu sofro um pouco com isso...eu ainda subo degraus e tal ... tenho um mobilidade reduzida mas não tanto eu acho!!! consigo me virar bem!!!
Mas odeio a falta de acessibilidade dos locais onde vou... fico com muita raiva!!!
E sobre o corticoide ...é o seguinte no meu caso já virou sindrome de cushing induzida por droga! Eu ja conversei bastante com os medicos para tirar e eles disseram que meu organismo não produz mais o cortizol!
Mas to bem ... e vou fazer uma cirurgia de quaril daki alguns dias tb!!!
bjãooo se cuida
ah! sua espertinha.que bom que vc nos conhece fico feliz por isso.cleuma
seu sexto sentido e aguçado heiN !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!CLEUMA
Fácil não é, + com certeza da pra conviver sim.. aliás, esse éo grande segredo da superação, aprender a fazer todas as coisas de um novo jeito se adaptando as mudanças e buscando a qualidade de vida, apesar das limitações.
Sempre digo que a maior limitação não esta em nós... e sim na sociedade que tem uma limitação social em aceitar o diferente sem diferenças.
Bjão..
Ahh eu te comento sim... vc que não esta me vendo..
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