O preconceito mora ao lado!

Oi pessoal,

Na verdade, hoje, eu ia escrever sobre a importância da educação na AIJ/AR/ARJ, mas tenho tido pouco tempo para ler o artigo sobre o assunto. Por isso, resolvi falar sobre uma descoberta que fiz na minha vida: descobri que o preconceito mora ao lado, mesmo que nem sempre  a pessoa não tenha esse sentimento por maldade!

Eu sempre digo que na maioria das vezes, o preconceito está em nós mesmos... Continuo com esse pensamento, no entanto, esses dias parei para refletir sobre a minha vida:

Depois que coloquei prótese nos dois joelhos, estou andando normal, retinha, o que não acontecia antes... Desde então tenho recebido muitos elogios dos meus familiares, dizendo que a cirurgia foi ótima, e tudo o mais. Mas o que me intrigou é que o comentário da maioria das pessoa era: “Agora ela arruma casamento”; “Agora aparece namorado” e coisas do gênero.

Teve uma vez que minha resposta foi a seguinte “Por que você está falando isso? O fato de eu ter deformidade na perna nunca me impediu de ter namorados e casamento não aconteceu porque não chegou a hora, eu acho.”

Foi aí que descobri que apesar de todos me tratarem normalmente, o preconceito existe e muitas vezes na própria família, entendo que não seja por maldade, os comentário são feitos sem a intenção de preconceito (mas ele estava ali mesmo sem ninguem perceber).

Eu pensei: será que as pessoas pensam que o amor está condicionado a aspectos físicos? E o caráter, o carisma, a sinceridade e muitas outras qualidades onde ficam?

Eu não vou ser hipócrita de falar que a aparência física não conta, sei que sim, mas eu nunca tive problemas em ter namorados por conta disso.

Vieram em minha mente muitas situações ocorridas no meu setor profissional, muitas chances dadas a pessoas que talvez tivessem menos capacidade que eu...entrega de projetos meus nunca considerados.

Infelizmente eu nas minhas reflexões acabei chegando a conclusão de que muitas chances de promoção profissional não me foram dadas por questão de preconceito, por as pessoas acharem que de alguma forma eu não teria condições de assumir maiores responsabilidades.

Pois é pessoal, eu passei por esses preconceitos sem percebê-los, foi preciso uma situação em casa, para gerar uma reflexão e assim eu assimilar o que aconteceu e ainda acontece ao meu redor.

Eu cresci ouvindo minha mãe falar escondido de mim que eu nunca ia trabalhar fora, namorar, casar... Isso eu consegui mudar e com minha teimosia, trabalhei e ainda trabalho, namorei e pretendo me casar um dia!

Com tudo isso, o meu recado para vocês é que não se curvem ao preconceito, lutem, mostrem seu valor, briguem por si, mesmo que o preconceito esteja ao lado... Eu não consegui minha promoção apesar de já ter apresentado ótimos projetos, mas não vou desistir de mostrar que a competência de uma pessoa, sua capacidade de amar ou de ser boa esposa, não depende de sua capacidade física!

Aos pais e familiares de pessoas com qualquer problema de saúde, especialmente artrite, o que eu digo é o seguinte: seu filho ou filha ou irmã, vai ou já se deparou com o preconceito no mundo lá fora. Eles não precisam sentir isso em casa, de pessoas que amam. Eles precisam sim, serem queridos, amados respeitados com a ciência de que são pessoas capazes de serem e fazerem o que quiserem!

É isso pessoal, vamos driblar o preconceito, primeiro, não deixando que ele se instale dentro de nós e depois mostrando a esse povo sem noção, do que somos capazes!

Beijos